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O aeródromo internacional de São Paulo (SBGR), em Guarulhos, começou a operar, em novembro de 2020, por meio do conceito Airport Collaborative Decision Making (A-CDM).
Isso significa que Network Operations – NO, Air Traffic Control – ATC, Aircraft Operator – AO, Ground Handling – GH e Airport Operations – AOC passaram a compartilhar informações operacionais de forma colaborativa. A plataforma utilizada para isso é o Airport Collaborative Information Sharing Platform (ACISP). Por meio dela, fontes de dados estão sendo processadas, padronizadas e estruturadas de forma a facilitar as atividades aeroportuárias.
A implantação do A-CDM transforma a maneira como os voos são autorizados pela Torre de Controle. A operação anterior funcionava de modo reativo (“first come, first served”), ou seja, os voos para push back e/ou acionamento eram liberados quando se declaravam prontos. Com o A-CDM, o procedimento é outro (“best planned, best served”). A Torre de Controle gerencia, atualiza e apresenta constantemente e antecipadamente uma lista de pré-partida dos voos com base nos horários-alvo em que os Operadores de Aeronave (AO) ou Ground Handlers (GH) informam que estão prontos (TOBT–Target Off-Block Time).
Daqui em diante, todos os Aircraft Operators (AO) que operam voos no Aeroporto Internacional de São Paulo submeterão com antecedência, para a plataforma ACISP, os horários-alvo de calços fora (TOBT) dos voos partindo do aeroporto. Com a implantação do A-CDM em Guarulhos, somente partem do aeroporto voos que fornecem um TOBT válido; com isso, eles recebem o horário-alvo de autorização do acionamento dos motores (Target Start Up Approval Time – TSAT).
Desenvolvido e implementado, há cerca de 16 anos, pelo Eurocontrol (organização dedicada ao apoio à aviação europeia), o conceito Airport Collaborative Decision Making (A-CDM) tem por objetivo melhorar a eficiência operacional, a previsibilidade e a pontualidade dos voos, tanto no gerenciamento do fluxo de tráfego aéreo (ATM) como nos processos das operações de chegada, de turn-round e de partida executados em um aeroporto.
A implantação do conceito A-CDM em Guarulhos foi uma iniciativa do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA). Por meio da Comissão de Implantação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo (CISCEA), o DECEA foi responsável pela execução do projeto. Em 2018, foi assinado um acordo entre os principais stakeholders, declarando o comprometimento das partes para o sucesso desse empreendimento.
A Saipher ATC, empresa fabricante do sistema TATIC (EFS System) em uso na Torre de Controle do Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos e demais aeroportos brasileiros, é a fornecedora do módulo ACISP e o Pre-Departure Sequence (PDS), que geram um sequenciamento inteligente de aeronaves para o controlador da Torre de Controle.
A primeira fase consistiu na validação do módulo ACISP, a segunda foi referente ao módulo PDS e a terceira e última fase compreende o estudo dos indicadores e resultados gerados pelo A-CDM, iniciada com a implantação oficial do conceito A-CDM.
Antes da ativação definitiva do conceito A-CDM, foi criada uma etapa de validação operacional chamada de Endurance, na qual o sistema e os processos operacionais foram testados e ajustados extensivamente.
Durante o Endurance, o sistema foi utilizado em paralelo ao ambiente de produção ou de forma controlada. Essa fase de validação aconteceu por meio das etapas de familiarização, maturação e consolidação:
As empresas aéreas puderam usar a ferramenta utilizando dados reais de produção e para inserir a informação de TOBT.
Nesta etapa, o módulo PDS, desenvolvido pela Saipher, foi ativado para geração de uma sequência de partidas cuja base será o modelo colaborativo.
A Torre de Controle acessou uma sequência sugerida pelo sistema, a título de avaliação, mas ainda sequenciava as aeronaves conforme o critério anterior.
A Torre de Controle seguiu a sequência de partida sugerida pelo TATIC PDS. Tanto o Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA) quanto a Célula de Gerenciamento de Fluxo (FMC) estiveram aptos a realizar medidas de fluxo remotamente, inserindo slot de decolagem de voos específicos. Foi um ensaio real do aeroporto operando em um formato colaborativo.
Para o DECEA, é um orgulho enorme poder trazer para o Brasil o conceito A-CDM, oriundo do acordo de cooperação com o EUROCONTROL. A partir de agora, já temos o primeiro aeroporto A-CDM da América Latina. Isso deixa claro o elevado patamar de eficiência e segurança buscado a todo instante pelo Departamento de Controle do Espaço Aéreo.
Tive o privilégio de participar como mediador no Seminário A-CDM realizado em 2019 pelo DECEA. Naquela ocasião, pude presenciar a interação e participação de toda a comunidade aeronáutica com enorme interesse nos novos conceitos a serem implantados.
A implantação do projeto A-CDM trará total integração entre os elos de controle do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB) e a comunidade aeronáutica, tais como: CGNA, aeroportos, companhias aéreas e torres de controle, tornando a comunicação e a gestão do tráfego aéreo mais rápidas e eficientes
A CISCEA vem trabalhando, desde 2017, com o objetivo de implementar o conceito A-CDM em Guarulhos nos mais exigentes padrões. Com certeza estamos dando um salto significativo no processo de tomada de decisão colaborativa para o gerenciamento do tráfego aéreo.
O futuro é colaborativo. Não vejo outra forma de administrarmos o transporte aéreo no Brasil que não seja por meio da adoção do conceito A-CDM.
A implantação do conceito A-CDM em Guarulhos é uma linha divisória de uma nova era na gestão do fluxo de aeronaves no Brasil.
O treinamento teórico será disponibilizado a partir do dia 03/08/2020 para todos os envolvidos no projeto através de uma plataforma EAD disponibilizada pela empresa Saipher.
O treinamento foi dividido em 5 módulos:
Veja ao lado o cronograma de execução dos treinamentos da fase 2 do projeto.
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